domingo, 24 de novembro de 2013

Livro "Cabeças do Vento" já circula em São Miguel do Gostoso; jornalista paulista escreve artigo sobre obra

Por Emanuel Neri
Já está circulando em São Miguel do Gostoso o livro "Cabeças do Vento", de autoria deste jornalista. O livro foi lançado em evento concorridíssimo na última sexta-feira (22) - mais de 200 pessoas compareceram ao Iasnin (Instituto de Ação Social e Cidadania Nilo e Isabel Neri) para o lançamento.
Entre os presentes (foto) estavam a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini,  prefeita Fátima Dantas, deputados Fátima Bezerra e Walter Alves, além de jornalistas, prefeitos da região, familiares e amigos do autor e de Isabel Neri, matriarca da família Teixeira Neri, idealizadora e maior incentivadora da obra.
O lançamento de "Cabeças do Vento" ocorreu em duas etapas. Primeiro, na sede do Iasnin; depois, na residência do autor, durante coquetel para festejar a abertura da 1a Mostra de Cinema de Gostoso.  Haverá um novo lançamento em Natal, dia 19 de dezembro, e provavelmente outro em São Paulo, em 2014.
O "Cabeças do Vento" teve ótima receptividade. No dia do lançamento, a Tribuna do Norte, de Natal, deu uma página inteira para o livro e uma entrevista com o autor, com texto de Yuno Silva. Vários outros veículos de comunicação divulgaram a chegada do livro. Mais de 200 livros já foram vendidos.
Neste próximo final de semana haverá um outro lançamento, na Creperia Madame Chita, na praia do Maceió, para aquelas pessoas que não puderam comparecer aos eventos anteriores. O livro já está disponível para venda no Madame Chita, Pousada dos Ponteiros e Iasnin.
Além de Xico Sá, autor do prefácio do livro, outros jornalistas também escreveram, de forma muito especial, sobre "Cabeças do Vento". Um destes depoimentos é de Cristina Ramalho, paulista que também é escritora. Cristina foi a primeira jornalista a fazer uma leitura criteriosa e afetuosa do livro.
Veja, abaixo, o texto escrito por Cristina Ramalho sobre o "Cabeças do Vento":



"Entre o mar e o coqueiral

Por Cristina Ramalho

É uma tremenda história de amor, essa, e duradoura: 57 anos de casamento. 15 filhos. Sobreviveu à montanha russa emocional, aos sobes e desces da economia e da política local, às variações do vento. E como um bom romance, teve um começo com alguns tropeços, mal-entendidos, a moça terminou tudo quando o sujeito não se decidia a se separar de outra noiva. Quase que nossos heróis não ficam juntos. É, Isabel era turrona. Como a gente sabe, isso é o que mais intriga um homem que não resiste a um rabo de saia. Nilo, claro, não resistiu a ela e deu um tchauzinho para a outra.

Quando o casal finalmente disse sim em 19 de março de 1948, era mais do que uma família que se iniciava. Estava se construindo uma cidade. Esta é uma tremenda história de amor à terra. Gostoso, aqui, não é apenas um pano de fundo. É um personagem ativo, com humores, conflitos, mudanças de rumo. Vamos acompanhando quando recebeu os soldados americanos da Segunda Guerra. Quando a igreja cresceu. Quando a tecnologia foi chegando. Vemos as disputas políticas. Nilo foi candidato a prefeito. E ali foi por um tempo o médico, o dentista, o fazendeiro, curou crianças, ajudou um bocado de gente, teve comércio, doou terras, perdeu tudo, voltou muuuito melhor depois da derrota. Isabel, religiosa, doce, festeira, sempre ajudou a comunidade, fundou um clube de mães, cuidou da feira livre. Ainda velhinhos, sentavam-se todas as noites na porta de casa e eram cumprimentados e admirados pela cidade inteira.

Nilo amava o gado e os coqueiros. Quando ele morreu, Isabel fez questão que ele fosse velado junto ao coqueiral de casa. Ela encarou o luto e partiu para cuidar de mais coisas da cidade. Fez melhorias na saúde. Criou uma ONG.

Ele era genioso, respondão, demorava a ceder. Ela era calma, gentil, econômica, louca pelos filhos. Entre o mar e os coqueiros eles criaram filhos, netos, bisnetos, abençoaram mais de 200 afilhados, deram as mãos para muita gente, fizeram brotar tantas coisas. Entre o mar e os coqueiros Emanuel guardou na memória uns momentos de afeto. Mesmo depois de se mudar para São Paulo e virar jornalista ele continuou a cuidar de Gostoso, a defender a cidade do turismo predatório, a botar Gostoso na mídia. Então ele escreve essa linda história de um jeito tão carinhoso – e a sensação que dá na gente, ao ler, é que Gostoso é também um pouco nossa".







8 comentários:

  1. Belíssimo o livro Cabeças do Vento! Tem uma leitura tão gostosa que li o livro todo na mesma noite que o adquiri! Num misto de emocionante e engraçado nos leva de volta a nossa antiga São Miguel do Gostoso nas histórias da tradicional família Neri, histórias que de outro modo já ouvimos tanta gente contar. - Nossa! Também fui vítima do Biotônico Fontoura e do Emulsão Scott quando minha mãe foi orientada por Seu Nilo! O Emulsão tinha um gosto horrível! - Parabéns Emanuel, Dona Isabel e família, pela iniciativa de registrar essas gostosas histórias e estórias para nós, um pedacinho da memória de São Miguel do Gostoso registrada... Parabéns mesmo! Que venham outros livros!

    ResponderExcluir
  2. Obrigado, Heldene. Seu comentário sobre o "Cabeças do Vento" é muito relevante para mim. Tenho sido procurado por várias pessoas que dizem ter "devorado" o livro, em poucas horas, e gostado muito do conteúdo da obra. Tudo isso é motivo de muita satisfação e estímulo para continuar escrevendo livros sobre nossa cidade e outros temas. Para aqueles que não tiveram condições de comprar o livro, informo que ele estará disponível, a partir desta semana, nas bibliotecas públicas de São Miguel do Gostoso, à disposição de qualquer pessoa que queira ler o "Cabeças do Vento".

    ResponderExcluir
  3. Para aqueles que não tiveram condições de adquirir o "Cabeças do Vento", o livro estará disponível, a partir desta segunda-feira à tarde, nas duas bibliotecas públicas da cidade, para quem quiser conhecer este trabalho. Aos que ainda querem adquirir o livro, ele etá disponível na Pousada dos Ponteiros, Madame Chita e Iasnin. Outras pousadas e restaurantes também vão receber o livro para venda.

    ResponderExcluir
  4. o livro cabeça de vento, é um livro que interessa somente a família do jornalista, pois retrata a vida da família, nada de extraordinário,com todo respeito.

    ResponderExcluir
  5. Que interessante saber dessa dedicação dos "Neris" com á população de São Miguel...

    ResponderExcluir
  6. TODO MUNDO TEM UMA, ALGUNS DECIDEM ESCREVE LAS PARA QUE OS QUE OS VIRAM POSSAM DE FATO DEGUSTAR. NAO OBRIGATORIO QUEM NAO QUEIRA, ADQUIRI O LIVRO, POREM A FAMILIA, AOS AMIGOS, E AOS QUE SE INTERESSAM, O TENHA. AGORA OS INVEJOSOS COMO SEMPRE, PODEM PERMANECER NAS CRITICAS. PARABENS EMANUEL, PARABENS FAMILIA, VCS MERECEM TODO CARINHO. VCS AJUDARAM, COMO TANTOS OUTROS A CONSTRUIR GOSTOSO.

    ResponderExcluir