sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Manifestações racistas contra médicos estrangeiros que querem trabalhar no Brasil envergonham o país



Por Emanuel Neri
Na última segunda-feira (26/9), uma cena envergonhou o Brasil – ou pelo menos os brasileiros que pensam e que têm a cabeça no lugar. Médicas cearenses fizeram "corredor polonês" para xingar médicos cubanos que saiam de um treinamento. “Escravos, escravos”, gritavam.
Um detalhe. Os médicos cubano são, em sua maioria, negros (foto), e têm todos aparência muito simples. Já as agressoras eram todas brancas. No dia seguinte, uma jornalista de Natal (RN) escreveu que as médicas cubanas, também negras, tinham cara de “empregadas domésticas”. Disse ainda que médico bom tem  que ter boa aparência.
Os médicos estrangeiros, entre eles cubanos, chegaram ao Brasil por meio do programa “Mais Médicos”, do governo federal. Trabalharão em municípios nos quais os médicos brasileiros se recusam a atuar – eles vão atender, em especial, a população pobre.
No Brasil, cerca de 800 municípios não têm um único médico. Os médicos brasileiros preferem ficar nas grandes cidades e quem vai para cidades mais distantes cobra  salários altíssimos – há casos de salários de até R$ 35 mil por mês, como é o caso de Coari (AM).
Quanto mais distante o município, mais os médicos exigem altos salários. Coari fica a 421 km de Manaus. Ali, um médico recem-formado ganha R$ 25 mil mensais. Isso é justo? O salário de R$ 35 mil é maior do que o de um presidente da República ou presidente do STF.
Vejam o caso de São Miguel do Gostoso, onde há grande dificuldade para se contratar médicos. A prefeitura paga, no mínimo, R$ 10 mil por oito horas/dia e R$ 1.250 por um plantão nos finais de semana – R$ 3.750 se o plantão for de sexta a domingo.
Quando o “Mais Médicos” foi anunciado, associações médicas entraram em guerra contra o governo. O radicalismo chegou ao ponto de uma associação médica de Minas pedir para a polícia prender médicos estrangeiros por suposto “exercício ilegal da profissão”.
Estimuladas por parte da chamada grande imprensa, que ataca qualquer iniciativa do governo federal, os profissionais da medicina também ergueram trincheiras contra os  médicos estrangeiros. No bojo desta luta, houve cenas claras de xenofobia e racismo.
A cena das médicas de Fortaleza –o protesto, com a participação de outros médicos, foi organizado pelo Sindicato dos Médicos do Ceará – foi publicada, no dia seguinte, na capa da “Folha de S. Paulo” – e teve gigantesca repercussão negativa na mídia social.
As manifestações radicais de associações médicas e de seus profissionais acabaram provocando o que se pode chamar de tiro saído pela culatra. Além a reação negativa,  pesquisas já indicam que a maioria da população brasileira apoia o “Mais Médicos”.
Por que, então, tanta reação dos médicos brasileiros aos colegas estrangeiros? No fundo, trata-se de uma questão corporativa e de ganhos financeiros – os médicos brasileiros temem que estrangeiros ocupem seu lugar no mercado e diminuam seus salários.
Mais que isso, estamos também diante de um comportamento desumano. Se os médicos brasileiros se recusam a ir para o interior, mesmo com salários razoáveis, quem mais sofre com isso é a população pobre, que fica sem médicos para atendê-la.
É difícil entender o radicalismo dos médicos e de suas associações contra medidas que vão beneficiar os pobres do país. E muito mais difícil é entender a reação racista que se viu no Ceará e da jornalista que comparou médicas cubanas a “empregadas domésticas”.
Na verdade, a jornalista potiguar expressou um sentimento muito comum em certos setores da sociedade brasileira. Ao comparar médicas com empregadas domésticas, ela se referia à cor da pele das cubanas, em sua maioria negras. Puro ranço racista.
É que no Brasil, infelizmente, por uma questão de desnível social, a maioria das empregadas domésticas é de origem pobre, onde está concentrada a maior parte da população negra. Mas a manifestação da jornalista tem também preconceito social.
E é preconceito social porque, ao comparar médicas cubanas com empregadas domésticas, a jornalista estava querendo desqualificar o trabalho delas. No Brasil, o trabalho doméstico ainda é pouco qualificado e desprezado pela elite brasileira.
Médicos brasileiros – como também alguns jornalistas e a elite do país-  precisam  acabar imediatamente com esta onda racista e preconceituosa. Felizmente a banda consciente da população –os  que tem a cabeça no lugar – combate este tipo de comportamento.
Nos links abaixo, mais informações e reações aos protestos contra médicos cubanos:

15 comentários:

  1. Caro Emanoel, vc sabia que o mais médico pode ser um bom programa, mais quem esta descriminando também é governo do PT que não lembra que alguns que estão no governo levaram uma peia grande na ditadura, pois os medico cubanos já foram treinados por estes mesmos professores que este ensinando a todos os outros médicos que aqui estão chegando em casa durante 6 meses. Isto o sr. não acha uma descriminação com os outros Médicos.Ha quanto a historia da peia com os militares por quando se da preferencia pelos comunista com Cuba, Venezuela, Bolivia Iram etc. corre o risco de ir para peia de novo apesar de o nosso pais ter evoluido o sr. não acha?

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  2. Este comentário foi postado por Eva Maria, em sua página do Facebook, a respeito do post deste blog que abordou manifestações racistas de médicos brasileiros a colegas cubanos, que vieram ao Brasil para trabalhar em municípios em que os médicos brasileiros não querem trabalhar. Veja o comentário: "A crítica faz a construção da personalidade e o testa para o fortalecimento. Estes bravos homens já tem a sua personalidade formada. Agora eles estão mais fortes que antes e com certeza já estavam preparados para receber as críticas... O que os brasileiros fizerem foi formada por um grupo fechado sem grade importância para o desenvolvimento do trabalho destes homens que já estão acostumados a conviver com pessoas de comportamento hostil. Lembrando que eles são médicos cubanos. Passaram a vida deles quase toda enfrentando o preconceito dos Estados Unidos da America/ Europa entres outros países desenvolvidos. garanto que os médicos que hostilizaram estes profissionais não conhece a palavra AMOR ao próximo, pq EDUCAÇÃO não e nada mais que amor... Será que hostilizando os profissionais fez a diferença? Ou só mostraram o que os europeus acham da gente? Pq todo mundo sabe que lá na Europa somos vistos como um bando de índios sem EDUCAÇÃO, sem formação, desonestos e aproveitadores! Mesmo assim saímos daqui para gastar milhões na Europa e nos Estados Unidos. Os brasileiros precisam respeitar mais as pessoas sem precisar bajular como fazemos quando queremos algo. Precisamos ter mais cultura e lembrar que tivemos aulas de história do mundo no ensino médio falando das consequências e problemas deixadas na segunda gerra mundial com a vinda dos militares dos Estados Unidos. A herança deixada por ELES foi prostituição, doenças e o fortalecimento do militarismo aqui no brasil. E nem por isso ninguém foi contra a vinda deles e ninguém fala nada a respeito e tem mais amam os olhinhos azuis deles, tem alguns daqui que prefere se casarem com um homem ou mulher pobre de lá do que os daqui da sua terra. Ainda falam de patriotismo. Quando querem fumar um bom charuto bem que pegam um avião para Cuba. Se passaram anos e nunca houve movimentos dos médico para melhoria de TRABALHO pq o salário deles era pago, iam no dia que queriam e passavam quantas horas que interessassem. Nada como uma ameaça no emprego para valorizar mais o que tem. Tenho dito!"

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  3. acho uma falta de respeito muito grande isso que fizeram com os cubanos. isso demonstra que a educação no Brasil precisa melhorar e muito, e essas moças que se dizem medicas deveriam voltar à faculdade e pagar novamente a disciplina de etica e cidadania. todos passaram pela mesma formação e não é pq são negros que eles não tem capacidade de salvar vidas. # muito indignada

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  4. Muito bom Sr.Emanoel!Agora que está mexendo com os bolso dos médicos acredito que vão repensar em se aventurarem por cidades como a nossa.
    Aproveito para dizer como fui muito bem atendida no nosso posto aqui na cidade mas como não era nada grave fui liberada de manhã após passar varias horas tomando soro mas sempre muitissimo bem atendida.Veremos agora com o médico italiano que terá uma dura jornada pela frente,bemvindo Sr Dr. à nova função e boa sorte!!!!!

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  5. Eu sou à favor de todos os médicos inclusive os Cubanos que tenho certeza que são muito competentes. Agora, os coitadinhos não ganharem o mesmo que seu colegas estrangeiros aí eu acho que o governo brasileiro está sim errado e compactuando com um regime terrível e desumano. Os coitadinhos nem podem trazer as suas familias como os de outros países. Porque essa descriminação que os Cubanos sofrem? Se o governo brasileiro tratasse todos iguais não aceitaria isso que eles estão sofrendo. O dinheiro quem está ganhando suado é esses coitadinhos Cubanos e não o governo deles. É um absurdo. Fico triste em saber que o dinheiro dos meus impostos vão para esse país.
    Ana Lucia

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  6. Gostaria de expor a todos a resposta de Wilson Gomes a jornalista Natalense!

    "Sim, Micheline Borges, as médicas cubanas, de fato, parecem-se com as suas empregadas domésticas. Eu também me pareço com a sua faxineira e a sua cozinheira. E, se me permite a comparação, Barack Obama também é cara dos garçons dos restaurantes que você deve frequentar, dos vendedores de coco na praia, da maioria dos presidiários brasileiros, dos desempregados e subempregados do país.

    Feita esta constatação certeira, seria legal se você se perguntasse por que é uma ilha de loiridão e alvura cercada de tantos pretos pobres por todos os lados. Será determinação do destino que estabelece que as pessoas não-brancas tenham que se tornar empregadas domésticas de michelines? Será prescrição do Oráculo de Apolo que pessoas com cara de micheline sejam jornalistas casadas com engenheiros?

    Pergunte-se, além disso, qual é a magia que fizeram em Cuba para que tantos que bem poderiam ser suas empregadas domésticas sejam hoje médicas que embarcaram para este país, de saúde pública de terceira, a fim de ajudar pessoas de todas as cores que não são ajudadas pelas alvas michelines que moram ao lado.

    Não, Micheline, eu não diria “coitada da nossa população” de pessoas com cara de empregadas domésticas porque serão atendidas por médicos com a mesma cara delas. Eu tenho pena é do coitado deste país, açoitado pela mentalidade-micheline, que resolve que o lugar de pessoas com cara de empregadas doméstica é na cozinha das suas casas, fazendo a limpeza ou picando cenoura para o jantar. Na falta de uma boa e velha senzala..."

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  7. Programa Mais Médico para o Brasil- Gilson

    Nos últimos dias, o Brasil se viu em uma discussão sobre o programa "Mais Medico para o Brasil". A cena de médicos brasileiros, no caso em especial, alguns médicos cearenses, vaiando e gritando contra os médicos cubanos, chocou a mim, e a maioria da população brasileira.

    E porque tanta histeria! tanta polêmica? Na minha avaliação o governo brasileiro oportunizou primeiramente essas vagas aos médicos brasileiros formandos no Brasil; segundo a brasileiros, médicos que se formaram em outros paises, todavia o números de inscritos não chegaram nem a 10% da demanda dos serviços para atender a brasileiros mais necessitados. Foi dado a todos os médicos brasileiros a oportunidade de ocuparem esses postos de trabalhos,

    E porque não foram preenchidos esses postos? no meu entendimento é uma questão de cultura, de formação e estrutura do nosso pais. Vejam o perfil do médico brasileiro, geralmente vêm das Classes A e AA , são de famílias estruturadas economicamente, ou seja, sempre moraram nos melhores bairros das cidades brasileiras, de famílias abastardas, sempre estudaram em colégios privados, tiveram os melhores professores, cursos de línguas estrangeiras e de informatica, e no vestibulares de medicina é óbvio que vão levar vantagem em relação aos alunos oriundos das classes C D e E, onde estão a maior demanda dos serviços de saúde publica.

    O aluno de medicina no Brasil, tem um perfil de escolas privadas no ensino primário e médios, estuda o curso de medicina nas universidades públicas, enquanto o perfil de alunos de outras classes, fizeram o caminho inverso, estudaram o ensino primário e médio em escolas públicas, fizeram o seu curso superior em faculdades privadas, porque tem que trabalhar para sobreviver e estudar e não conseguem êxitos nos cursos mais concorridos nas universidades brasileiras, Tem algo errado, no meu ver está na hora de haver cobrança quem estuda em universidades públicas, talvez no final do curso prestando serviço social a comunidades carentes.


    Logo, o perfil do profissional de medicina no Brasil, é de um médico que está pronto para exercer suas atividades nos grandes centros das nossas cidades, geralmente nas capitais, e em seus consultórios, e não querem ir para os ricões do Brasil, porque não é o seu perfil, não vivenciaram a outra realidade, dos sertões nordestinos, e interior dos povoados ribeirinhos na região norte. Para minha surpresa até nos subúrbios das cidades do Rio e São Paulo está faltando médicos nos postos e centro de saúde.

    Vamos deixar claro, que não podemos generalizar, alguns médicos brasileiros, formados nas nossas universidades vão para os lugares mais humildes e sem condições de exercerem suas atividades, todavia não suprem a demanda desses postos de trabalho (atendimento a população mais pobre).

    Que esse programa seja estendido a outras profissões, a exemplo de enfermeiros, ondotólogos, engenheiros, professores, também precisam ter suas profissões valorizadas nesse pais, com certeza a presidenta iria preencher essas vagas com milhares de brasileiros sem precisar importar esses profissionais especialista no seu campo de trabalho, e em um presente futuro teremos uma população dotadas dos serviços que tragam melhoramento na qualidade expectativa de vida do povo brasileiro.

    Por isso, vejo com muita simpatia a firmeza da presidenta Dilma em implantar o programa "Mais Médicos".

    Gilson

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  8. Muito bom e necessário esse programa mais médicos! Nossos medicos deveriam pensar um pouco mais no povo e menos em seus ganhos. Seria interessante fazermos o revalida pra toda classe medica. Queria ver quantos seriam aprovados!

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  9. Emanuel , voce nos informou o preço de um plantao de medicos aqui no posto de saude de sao miguel no fim de semana é um valor alto porem a vida dos seres humanos que precisam de medicos no fim de semana vale muito mais que 3.750,OO se Touros pode pagar por medicos no fim de semana Gostoso tambem pode e deve o que nao pode é mandar os pacientes para Touros para ser atendido e antes do atendimento o medicos de Touros xingar o paciente de Gostoso alegando que a prefeitura de Gostoso tem obrigaçao de manter um medico todo fim de semana no posto para atenderem aos pacientes que necessitarem de consulta o que vejo é uma falta de respeito com os doentes de Sao Miguel do Gostoso e uma economia nos cofres da prefeitura trazendo malífícios ao cidadao gostosense.

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  10. Gosto muito do povo cubano vejo em cada um a humildade desenhada em cada rosto bem diferente de algums medicos brasileiros que muitas vezes nao olham nem no nossos olhos parecem que tem um rei na barriga que os cubanos sejam bem vindo ao nosso pais.

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  11. populaçao sofre com falta de segurança nossa cidade está desprotegida todos os dias 3 casas sao alvo do bandidos ontem dia 31 casas foram arrombadas e levaram notebok e objetos de valor dos moradores do maceió isso é um absurdo gostaria de saber se a policia militar vai ficar de braços cruzados pois até agora ninguem foi preso e a populaçao fica prejudicada ninguem dorme tranquilo em gostoso e nao se recupera os objetos furtados gostaria de saber se as autoridades vao continuar de olhos fechados para o tamanho do problema e dizer que nós merecemos respeito pois a falta de segurança é um direito do povo.

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    1. Meus parabéns caro amigo... Como você mesmo já disse: " a falta de segurança é um direito do povo". Então você tá esperando mais o que? Corra atrás da sua. Marcos

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  12. Gostoso está urgentemente precisando de saúde e segurança peço aos governantes que nao abram mao dessas duas coisas que sao fundamental na nossa vida atençao policia militar prendam esses bandidos a populaçao agradece

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  13. Isso é progresso dona Maria. Viva!!!!! Marcos

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  14. moradores do maceió estao com medo do numero de roubos que estao acontecendo naquele bairro pedimos que a policia militar use sua inteligencia pra prender esses bandidos que estao tirando o nosso sono nao queremos ter nossos pertences roubados por esses marginais pois tudo que temos é fruto de muito suor e trabalho até casa de pessoas carentes estao sendo invadida isso precisa acabar peço a senhora prefeita que fale com a policia e exija um trabalho investigativo para descobrir quem sao esses bandidos

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