sábado, 16 de março de 2013

Maior especialista em cenário político, Marcos Coimbra acredita em releição tanquila de Dilma

Por Emanuel Neri
O sociólogo Marcos Coimbra é uma das pessoas que mais entendem de cenários políticos no Brasil. Especialista em pesquisas eleitoraias, suas análises políticas quase sempre acertam o alvo das previsões. Nesta semana, Coimbra escreveu, para o blog do jornalista Luis Nassif, um interessante artigo sobre a eleição de 2014 para a Presidência da República. Para Coimbra, o cenário é bastante favorável para a presidenta Dilma Rousseff (foto).
Vela a pena ler este artigo (abaixo).


Marcos Coimbra
As eleições de 2014 ainda estão, para a vasta maioria da população, a uma distância colossal. Nas pesquisas, é só depois de algum esforço que as pessoas se recordam que elas ocorrem daqui a um ano e meio.
Enquanto isso, nos meios políticos e na “grande imprensa”, é como se fossem acontecer amanhã.
Será nossa terceira eleição nacional em que o presidente em exercício é candidato. Antes de Dilma, Fernando Henrique, em 1998, e Lula, em 2006, passaram pela experiência. Ambos tiveram sucesso, mas de maneiras diferentes.
A que temos no horizonte se assemelha à do tucano. Nada indica que Dilma terá que lidar com turbulências tão fortes quanto as que atingiram Lula, seu governo e o PT em 2005 e 2006. Nem o mais exaltado oposicionista imagina que ela venha a enfrentar situação análoga à que seu antecessor viveu no meses de auge das denúncias contra o “mensalão”.
Como FHC, Dilma deve disputar seu novo mandato em momento mais marcado pela normalidade que pela excepcionalidade: sem crises agudas na economia, na política ou no cotidiano da sociedade. Não que o País estivesse no melhor dos mundos em 1998, como vimos imediatamente após as eleições, mas nada que impedisse a vitória relativamente tranquila do então presidente.
Apesar dessa semelhança, é grande o contraste entre o ambiente de opinião que vivíamos em 1997 e o de agora.
A partir de junho daquele ano, quando foi promulgada a emenda que permitiu a Fernando Henrique concorrer a um novo mandato, entramos em período de calmaria. O escândalo da compra de votos para aprovar a mudança constitucional havia amainado, a tropa de choque governista impedira a constituição de qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito e a Procuradoria-Geral da União, dirigida por alguém escalado para tudo engavetar, mantinha-se inerte. Os ministros da Suprema Corte preferiam se entreter com outras coisas.
Nesse clima de tranquilidade, ninguém se pôs a especular a respeito de nomes e cenários. Dir-se-ia que, uma vez estabelecido que FHC seria candidato - independentemente dos meios utilizados -, os comentaristas e analistas ficaram satisfeitos com a perspectiva de que ele viesse a vencer as eleições seguintes. É como se achassem que não era somente natural, mas desejável que o peessedebista permanecesse no Planalto por mais quatro anos.
Bom sintoma dessa pasmaceira é que sequer se fizeram pesquisas sobre a eleição até o final de 1997, pelo menos que fossem divulgadas. Apenas uma foi publicada, já em novembro. Ninguém se mostrava ansioso a respeito de quem tinha condições de ganhá-la.
O jogo havia sido jogado e o PSDB parecia imbatível.
A vantagem de FHC sobre seus oponentes era, no entanto, muito menor que a de Dilma hoje. Naquela pesquisa de novembro de 1997, realizada pelo Ibope, obtinha 41%, seguido por Lula com 16% e Sarney com 9%.
Sua liderança permaneceu modesta nos primeiros meses de 1998: em março, segundo o Datafolha, repetiu os 41% (com Lula alcançando 25% e sem Sarney). Caiu a pouco mais de 30% entre abril e junho, e voltou aos 40% daí em diante. Na véspera da eleição, atingiu o pico, com 49%.
Nas muitas pesquisas sobre a próxima eleição feitas ao longo de 2012, Dilma nunca obteve menos que 55% e muitas vezes chegou aos 60%. Mesmo quando se colocaram na lista nomes apenas para fazer barulho, como o de Joaquim Barbosa.
Quem achou, em 1997, que FHC iria ganhar com seus 40%, não errou. Um presidente  bem avaliado, em um momento em que o País vai bem (ou parece andar bem), tem tudo para vencer.
De onde, então, tiram os analistas da “grande imprensa” seu ceticismo em relação às chances de reeleição de Dilma? De onde vem seu afã em identificar os “formidáveis adversários” que poderiam derrotá-la?
No momento, estão enamorados pelo governador Eduardo Campos (PSB-PE). Devem acreditar que as possibilidades de alguém vindo do bloco governista são maiores que as de oposicionistas genuínos.
Não é isso, todavia, que desejam os vários “amigos” que Campos tem hoje na mídia de direita e nos partidos de oposição. O que querem é que seja um coadjuvante, que tome votos à esquerda e no Nordeste da presidenta e faça alguma coisa que ajude o candidato do PSDB a suplantá-la.
É verdade que o dinamismo do socialista atrai os que se sentem desconfortáveis com o estado atual da candidatura tucana. Aécio passa por um momento delicado, espremido entre as traições dos serristas e o patético esforço da velha guarda de seu partido em abduzi-lo e mantê-lo sob controle, encarregando-o da inglória missão de defender a “herança de Fernando Henrique”.
Como o lançamento da Rede de Marina Silva deu em nada, resta aos anti-lulopetistas, no momento, a ilusão de Campos. Falta combinar com ele se pretende ser o porta-voz da direita e se o eleitorado conservador o reconhecerá e se sentirá confortável com ele.
Mas isso tudo é secundário. Como em 1997, quando a eleição de 1998 parecia definida - e estava mesmo -, a eleição de 2014 tem cara de resolvida. Por mais que alguns se aborreçam com o fato.

6 comentários:

  1. Viva Dilma, Viva a nossa prefeira Fafá!!!!

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  2. O anonimato é proibido pelo art. 5º, inciso IV, da Constituição Federal, que, ao assegurar a regra da liberdade de manifestação do pensamento, no mesmo dispositivo, veda o anonimato.
    Como defendido por José Afonso da Silva, a proibição ao anonimato é ampla, abrangendo todos os meios de comunicação (cartas, matérias jornalísticas, informes publicitários, mensagens na internet, notícias radiofônicas ou televisivas, etc.). Vedam-se, portanto, mensagens apócrifas, injuriosas, difamatórias ou caluniosas.
    Nestes casos, o titular do blog assume a responsabilidade pelos comentários que veicula e, não sendo possível identificar o responsável pelo blog, os provedores respondem pelos eventuais danos. Assim tem entendido os tribunais brasileiros.

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    1. Emanuel Neri comenta. É providencial e pertinente a observação feita pelo leitor que enviou este comentário acima - pena que ele também não tenha se identificado. Este blog respeita a legislação vigente do país e toma os cuidados necessários com excesso verbais encaminhados por leitores. Como já escrevi em outros textos e comentários, o noBalacobaco não aceita comentários que contenham acusações, ofensas, agressões e denúncias. Quando chegam comentários em que estas questões estão explícitas, o texto é recusado e deletado. Masss é preciso saber separar ofensa, agressões e acusações da crítica. este blog aceita a crítica, desde que ela não extrapole par a ofensa. Muitas destas críticas são feitas até mesmo ao autor do blog - e são publicadas. Já informei aqui que denúncias devem ser encaminhadas ao MInistério Público, que tem atribuição constitucional para cuidar destes casos. Por tudo isso, é importante a observação feita pelo leitor acima. O noBalacobaco não só respeita como concorda com estas restrições e responsabilidades legais.

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  3. então fale sobre o mensalão Emanoel foi no governo pt isso você não comenta nem posta os comentários né parabéns pt oque o pt fez por são miguel do gostoso quem é o secretario do pt esse existe ??? deixo a pergunta me responda ???

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  4. LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

    Caso existam duas empresas prestadoras do mesmo serviço no município é necessário uma licitação pública?

    Tenho esta dúvida. Já tenho a resposta de um consultor especializado da GV carioca. Gostaria de saber o conhecimento jurídico neste estado. Será a administração local tão intocável?

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  5. Emanoel gostaria muito que você comentasse sobre o escândalo do mensalão.

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