terça-feira, 20 de novembro de 2012

No dia da Consciência Negra, veja reflexões sobre a desigualdade que há entre negros e brancos no Brasil



Por Emanuel Neri
Hoje, dia 20 de novembro, é o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Em muitas cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, é feriado. É dia de reflexões sobre a questão racial e a participação negra na sociedade brasileira.
Os jornais de hoje estão cheios de análises e dados sobre a questão do negro – algumas positivas, outras carregadas de viés ainda preconceituoso. A questão das cotas nas universidades públicas e nas atividades culturais é foco de discussão.
Mas uma análise interessante, publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, é um estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos) sobre a diferença da hora trabalhada no país pela população de homens negros, brancos e amarelos no Brasil.
Segundo este estudo, o valor da hora trabalhada pela população de homens negros na região metropolitana de São Paulo – a mais rica do país – é 39,89% mais baixa do que a paga à população de homens brancos e amarelos (de origem asiática).
Enquanto a média da região metropolitana de São Paulo – onde mais se acentua esta diferença entre sete outras regiões pesquisadas – é de R$ 11,53 por hora trabalhada para homens brancos e amarelos, a do homem negro é de apenas R$ 6,93.
Nas demais regiões metropolitanas pesquisadas pelo Dieese, embora haja diminuição na diferença de renda entre estes dois segmentos de trabalhadores, os negros têm remuneração ainda mais baixa. Ou seja, o negro ganha menos em todas as regiões do país.
A conclusão do Dieese é a de que, na raiz desta questão, está o fato de que os negros, em sua grande maioria, ainda ocupam empregos precários, com menor exigência de qualificação profissional, rendimentos mais baixos e piores condições de trabalho.
No fundo, o que está em jogo é a menor valorização social do negro no Brasil.
É por este motivo que, nos últimos dez anos, o governo federal tem adotado as chamadas ações afirmativas para corrigir o enorme fosso que separa socialmente os negros dos brancos e de outros segmentos raciais, como os descendentes de asiáticos.
Estão aí as cotas das universidades federais, que entram em vigor a partir de 2013.
É importante lembrar que setores políticos do Brasil, como o DEM, entraram com ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar as cotas raciais. Por unanimidade, o STF considerou constitucionais a política de cotas, criadas no governo Lula. 
Embora algumas universidades já adotem cotas há alguns anos, com a decisão do STF esta regra está sendo estendida para todas as universidades federais. Pelo menos 25% das vagas das federais vão para negros e índios – outros 25% para estudantes de escolas públicas.
Agora, o governo brasileiro está estendendo esta política de ação afirmativa para negros em programas de incentivos culturais do Ministério da Cultura. A ministra Marta Suplicy escreve interessante artigo na edição de hoje da Folha de S. Paulo (veja abaixo).
“Olhe em volta. Quantos colegas negros no escritório? Na escolha dos filhos, na fila dos cinemas, nos restaurantes que você frequenta? Repare, agora, quantos em situação de serviçal”, diz Marta, em seu artigo, um ótimo texto para reflexão no dia de hoje.
Veja, abaixo, links para artigos sobre a condição do negro no Brasil, entre os quais o artigo da ministra Marta Suplicy, da Cultura, sobre cotas para negros em projetos de incentivos culturais, cujos editais para inscrições de negros estão sendo publicados hoje.

2 comentários:

  1. É amigo, este deficit nos salários, na formação e no desenovlvimento dos negros de forma geral, é herança dos governos de Direita, principalmente o DEMOCRATAS - DEM, que é justamente o Partido da Ditadura Militar, o "ARENA". ARENA, depois PDS, depois, PFL e hoje DEM, um nome para cada momento da história do País, mas no fundo, o mesmo projeto de estado mínimo, neoliberal, de privatização de estatais, e que hoje, INFELIZMENTE, vai assumir a nossa Vice Prefeitura. Enquanto no Brasil o DEM foi o partido que mais murchou, aqui em Gostoso ele deu uma crescidinha. É uma pena para o Povo, ter na sua majoritária durante 04 anos, esta mancha de DEM, que é contra a ação do governo petista que tenta corrigir erros da história provocado por ele (DEM).

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  2. Falar em partidos políticos muita gente fala do DEM, e procura falar da ditadura há muito tempo já passada, olha discordo com você que quer manchar essa sigla, e te pergunto qual o partido em nosso país que não tem políticos envolvidos em escândalos, para começar o PT partido esse que tem a presidência da República é um dos partidos que hoje tem mais políticos envolvidos em escandalos, cito o mensalão, e o que nós brasileiro presenciamos são grande quantidade de políticos de vários partidos de nosso país envolvidos, fique sabendo que em todo partido existe políticos honestos e políticos desonestos, agora só procurar o passado é fácil, e o presente?, quem gosta de passado é museu, partido político nenhum será capaz de fazer o melhor, porque para isso só o ser humano será capaz.
    Não faço parte de partido nenhum e nunca votei nesse DEM, mas discordo com certos comentários.

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