quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Real cai, dólar sobe. Como tudo na economia, há lado bom e lado ruim

Por Emanuel Neri

Opa, e lá vem o real descendo a ladeira em relação ao dólar. A moeda americana atingiu hoje (22/9) 1,90  reais -chegou a ser negociado por R$ 1,95 -, o que é a maior desvalorização dos últimos anos. Só nos últimos cinco dias, o aumento do dólar em relação ao real superou os 11%. Desde 31 de agosto passado, a moeda americana não pára de subir. Só em setembro o aumento foi de 19,31%. O motivo da alta é a aversão a riscos dos mercados globais, provocado principalmetne pela crise em países desenvolvidos.
Isso é bom ou ruim para a nossa economia? Como tudo na economia, a subida do dólar e a queda do real têm seu lado positivo e seu lado negativo. O lado bom é que, com o real custando menos, os produtos de exportação do Brasil ficam mais competitivos com similiares do exterior. Isso significa que o Brasil pode exportar muito mais, aumentando seu saldo na balança comercial externa. A indústria vinha reclamando muito da sobrevalorização que o real vinha tendo em relação ao dólar e outras moedas, como o euro.
Outro lado positivo é que ajuda o turismo doméstico, dentro do Brasil. Com o real valorizado, os brasileiros viajam muito mais ao exterior -e gastam aos montes lá fora. Agora o turismo interno também se beneficia. Também sai ganhando o turismo de estrangeiros no Brasil. O fluxo do turismo externo no Brasil caiu muito nos últimos anos por causa da valorização do real - tudo aqui ficava mais caro para o turista que vem do exterior. O turismo do Nordeste sofreu muito com a valorização do real.
Agora o lado negativo. Com o real mais desvalorizado, há riscos de inflação maior. Com o real valorizado, havia mais poder de compra de produtos importados, que forçam os produtos nacionais a reduzirem seus preços para terem mais competitividade. Também há o risco de se aumentar o volume da dívida interna e de se reduzir as reservas brasileiras em dólar, que superam US$ 350 bilhões. Em algum momento, o Banco Central pode ser obrigado a se desfazer de parte de suas reservas para evitar que o real continue caindo tanto.

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